O vinho e os seus benefícios para a saúde
Nada iguala o prazer de um bom copo de vinho – a não ser as descobertas cada vez mais frequentes dos benefícios que o néctar dos deuses pode trazer para a nossa saúde! É caso para dizer salut!
Centenas de estudos realizados ao longo dos últimos anos, nas mais conceituadas universidades e institutos do mundo, parecem apontar para um resultado unânime: beber de forma regular e moderada é mais saudável do que uma bebida ocasional ou do que não beber, ponto final!
O néctar da saúde
Graças ao seu grau de álcool e dos procionídeos (compostos fenólicos) sem álcool que contém, já foi provado que o vinho reduz, não só o risco de doença cardíaca e alguns cancros, mas também diminui a progressão de doenças neurológicas degenerativas, caso de Alzheimer ou Parkinson. Mas o nosso querido néctar dos deuses vai ainda mais longe, graças aos compostos fenólicos que permitem aumentar o colesterol das proteínas de alta densidade (HDL), ou seja, o “colesterol bom”, diminuindo, obviamente, os níveis do “colesterol mau” (LDL – lipoproteína de baixa densidade). Os fitoquímicos não alcoólicos presentes no vinho, nomeadamente os flavonóides e o resveratrol, assumem o papel de antioxidante e asseguram que as moléculas conhecidas como “radicais livres” não possam causar danos celulares no organismo. Para além disso, o resveratrol está intimamente associado à prevenção de coágulos de sangue e da acumulação de placa nas artérias, protegendo assim o coração de doenças cardiovasculares. Estudos recentes realizados em animais mostram ainda que a aplicação de resveratrol em um ou mais estados de desenvolvimento de um cancro, diminuiu a incidência do tumor.
Brindar aos benefícios
Curiosamente, mesmo as pessoas que sofrem de tabagismo, hipertensão, obesidade, sedentarismo, diabetes e colesterol, beneficiam do consumo regrado de vinho. Para além dos benefícios acima descritas, e que já são motivo para brindar, um copo de vinho por dia traz ainda outras preciosas vantagens para a sua saúde:
- Aumenta a esperança de vida
- Previne e ajuda a controlar a hipertensão
- Diminui o risco de pedra nos rins
- Previne a arteriosclerose
- Ajuda a desfazer gorduras
- Inibe a multiplicação do vírus que provoca o herpes
- Melhora a digestão e o sono
- Regula o humor
- Aumenta o QI
Branco ou tinto?
Antes de escolher a sua próxima garrafa de vinho, saiba que o vinho tinto e o vinho produzido em climas mais frescos são aqueles que oferecem mais-valias em termos da saúde. Isto porque o vinho tinto contém muito mais resveratrol do que o branco e o que define estas quantidades é o tempo que a casca se mantém na uva durante o processo de produção – quanto mais tempo tiver, maior será a concentração de resveratrol no vinho. E, claro, o vinho tinto ganha logo à partida porque na produção de vinho branco, a casca é retirada das uvas ainda antes do processo de fermentação, o que reduz consideravelmente os seus níveis de resveratrol. Para além disso, os vinhos produzidos em climas frescos contêm sempre mais resveratrol do que aqueles produzidos em climas quentes.
Conta, peso e medida
Claro que a palavra-chave no consumo de vinho é moderação! Se beber mais do que o recomendado, perde os seus benefícios por completo e os riscos de saúde aumentam. Um estudo realizado com a participação de 44 mil pessoas, revelou que quem beber cinco ou mais doses diárias de vinho tem mais 30% de probabilidades de morrer de problemas de coração ou de derrame, do que quem bebe apenas uma dose diária, ou seja, a recomendada! Para que o consumo de vinho seja seguro e eficaz em termos de saúde, aconselha-se, no máximo, dois copos de vinho por dia para os homens e um copo para as mulheres.
Outras contra-indicações
Integrado num estilo de vida saudável, o consumo de vinho com conta, peso e medida, só traz coisas boas, no entanto, existem algumas excepções. Certas doenças ou condições clínicas podem ser agravadas com a ingestão de vinho, por isso, quando em dúvida consulte o seu médico assistente. Entretanto, fica a saber que: em algumas pessoas, o vinho pode aumentar os níveis de triglicerídeos; alguns estudos mostram que o álcool pode aumentar os níveis de estrogénio e potenciar o desenvolvimento do cancro da mama; o vinho, nomeadamente, o tinto, pode ser um forte instigador de enxaquecas; e, claro, pode levar ao aumento de peso (principalmente o consumo excessivo), até porque cada mililitro de vinho corresponde a sete calorias! Fora isso: um copo de vinho por dia, dá saúde e traz alegria!
DICAS:
O mundo dos vinhos pode ser fascinante e extremamente convidativo mas, para quem não conhece bem a temática do vinho, este mundo também pode ser muito intimidativo. Porém, para se integrar no universo do néctar dos deuses é preciso dar o primeiro passo, fazer a primeira degustação, no fundo, arriscar um pouco. Para o ajudar nessa maravilhosa conquista do mundo vinícola, reunimos 10 dicas simples que o vão tornar num connoisseur em dois tempos.
- Armazenar corretamente as garrafas de vinho é meio caminho andado para preservar tudo aquilo que cada uma tem de melhor, por isso, guarde as garrafas de vinho deitadas, para evitar que a rolha seque, e num ambiente com uma temperatura estável.
- Se tiver dúvidas sobre a qualidade de um vinho que gostaria de servir (não sabe há quanto tempo tem a garrafa, a rolha está saída ou o vinho não chega até meio da gargantilha da garrafa…), prove-o primeiro: se o sabor se assemelhar a vinagre ou a nozes deite fora e abra outra garrafa.
- Nem sempre é fácil juntar vinho com alimentos, de forma a conseguir a melhor combinação possível, mas estas dicas dão uma ajuda: se quer beber um vinho com nuances de limão, como um Sauvignon Blanc ou um Pinot Grigio por exemplo, pense em alimentos que poderiam ser temperados e servidos com limão, caso do peixe; se o prato for mais cremoso, opte por um vinho igualmente cremoso, caso de um Chardonnay; se a refeição vai ser picante ou vai conter muitas especiarias/temperos, encontrará um bom equilíbrio num vinho mais frutado, como um Riesling.
- Servir um vinho corretamente passa por assegurar que ele esteja à temperatura adequada: certifique-se que retira um vinho branco do frigorífico 10 minutos antes de o servir (para assegurar que esteja a uma temperatura entre 4ºC e 7ºC) e que coloca um vinho tinto no frigorífico durante 10 minutos antes de o servir (para assegurar que esteja a uma temperatura entre 12ºC e 14ºC).
- Para além da temperatura, também é importante deixar o vinho “respirar” antes de o servir. Abra a garrafa e deite o vinho num decantador, deixando-o repousar durante pelo menos 15 minutos – este tempo vai permitir que o oxigénio se misture com o vinho e, consequentemente, potencie os seus sabores. Se não tiver um decantador, abra a garrafa (até pode deitar um pouco no seu copo) e respeite na mesma o tempo de repouso recomendado.
- Degustar um vinho, também passa por desfrutar do seu aroma e, embora este possa parecer um gesto snob ou reservado exclusivamente a quem realmente percebe de vinhos, não há nada como treinar o olfato! Antes de provar um vinho (nunca encha o copo!), agite-o suavemente no copo e leve-o ao nariz para poder cheirar. Enquanto o nosso paladar pode facilmente distinguir se um vinho é doce ou ácido, o nosso nariz tem uma maior capacidade para ajudar a decifrar as nuances de um vinho, para depois as poder saborear por inteiro. Sabia que 80% dos sabores que provamos chega ao nosso cérebro graças aos aromas que o nosso nariz conseguir distinguir?
- Quando em dúvida, opte sempre por um Pinot Noir, ou seja, se tiver de escolher uma garrafa de vinho para levar para um almoço ou para um grupo na mesa de um restaurante, escolha um Pinot Noir. Este é um vinho neutro que, não sendo nem muito pesado, nem muito suave, combina bem com uma enorme variedade de alimentos.
- Para além de ser um prazer beber um bom vinho, também é um prazer cozinhar com um bom vinho e é precisamente aqui que está o segredo: se não beberia o vinho, então não cozinhe com ele! Uma boa dica é cozinhar com o vinho que depois vai servir à refeição: o resultado final é muito engraçado…
- Infelizmente, o vinho tinto mancha facilmente os dentes de muitas pessoas, mas isso não quer dizer que tenha de abdicar do mesmo! Opte antes por vinhos tintos mais leves, caso dos Pinot Noirs ou os Roses, evitando os vinhos tintos que contêm uma elevada quantidade de taninos (os responsáveis pelos dentes manchados), caso dos Cabernet Sauvignons e dos Chiantis.
- No final de um almoço ou jantar, não precisa de deitar fora o vinho que ficou na garrafa(s). Sabia que existem várias maneiras de aproveitar as sobras de vinho? Este néctar dos deuses é demasiado bom para desperdiçar!